segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Uma casa de madeira, uma saudade do inverno

De pequena o sonho fez-se menor. Em figurino deveras gradativo, intruso, alheio. E de gigantes as noites, cessaram os dias e os devaneios, o aconchego e o calor das lareiras que meus olhinhos inventaram. Ah, eles eram um bocado mais quentes que as sofisticadas verdades materiais e as cobertas de lã me aninhavam como... Elas me aninhavam.
Eu não sei a razão, mas não discordo das manias de criança, embora coisas me gritem, porcas, que eu devo.
É que é quente e limpa a luta diária, o esforço e a sua singela recompensa - Canta a nuvem sequinha da consciência.
Eu sinto cheirosa a fumaça sem culpa dos fins de tarde que se foram, em que o sol fraco descansava o brilho externo pra ofuscar de vida a alma
Passado? Não. É a lenha nas mãos do futuro que a minha vontade promete. Futuro limpo qual esta última, primeira verdade. Llivre, feito o que há dentro do corpo. Meu, como a força infinita e crescente do mundo fora do planeta.
O sol cansado chora raios doloridos na pele do verão... Hora de voltar a aquecer sereno, clarear a alma dos demais e beijar de paz e sossego meus dias parcialmente dependentes...
Que o verão é agressivo, se prolongado. É com o seio quente que te acolho, frio.