sábado, 30 de abril de 2011

A vida é do tamanho do mundo

A verdade deve ser que eu sou ainda muito arrogante. Ou irremediavelmente arrogante.
Não consigo achar sentido nas respostas das pessoas às minhas perguntas que saem do rotineiro. Eu encontro-as quando olho pro mar, um mar de respostas... Bem no fundo (do mar) deve haver uma sereia (mergulhada no entendimento de todas as coisas) que não quer fingir que precisa ouvir aos mortais, por ser sereia ela não deve ser considerada arrogante, apenas sincera , com a idéia fixa de que todas as pessoas, ao refletirem sobre tudo quanto lhes é proposto, chegarão hora ou outra à uma mesma conclusão lógica.
Os sentimentos? Estes não dependem de razão, fazê-los crescer ou durar depende.
Mudando de idéia, sereias são seres encantados. Apenas bonitas, apenas muito bonitas e intocáveis. Uma cigana ou uma bailarina podem ser tocadas (se cativadas), e podem ser encantadoras tanto quanto podem refletir e dar desculpas tolas à tristeza, disfarce à ausência dos sentidos, alimento aos enigmas e magia aos olhos vaidosos do espelho. Uma cigana nasce dançando, uma bailarina escolhe dançar. Ambas podem sonhar ser sereias e achar no coração do espelho o brilho que quem sonha conhece.
Eu não preciso de um bom sono nem de atos falhos pra explorar pedaços do inconsciente se eu trabalhar em revelá-lo (da forma que for). Esse pensamento, agora, confirma minha arrogância?
Parece bem com um sonho (daqueles do sono) adiantado de quem é impaciente. E me parece adiantado pensar agora. Bem como é arrogante prever qualquer coisa no mundo.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Pequenos fragmentos...

Não, eu não esperava você, felicidade! Eu não esperava cantar tanto e sorrir dessa forma porque não vejo motivos claros, e dos motivos que imaginava serem responsáveis pela minha alegria, ah! Não eram responsáveis e ainda fariam o contrario! Assim que eles se desfizeram e toda uma esperança muda de cor, plano, planeta, eu continuo tanto ou mais alegre! Espuleta, saltitante, cantante! E todo esse mundo parece tão vivo! Será o sol do outono? Ele já foi feio, então não vejo motivos! Eu sinto alegria e só! 
E quanto mais eu sinto e percebo essa alegria incondicional, mais ela cresce! Aí sim, com motivos visíveis e concretos. Com motivos: eu não preciso de motivos pra estar bem! Eu estou bem comigo eu acho, tão bem e com tantas lembranças boas na memória, com pulos e céus, estrelas e os mesmos vagalumes, ainda que aparentemente rotineiros esses elementos e sentidos haviam se perdido no tempo enquanto os buscava, como que fossem amostras de uma vida (inteira/futura) muito além do comum existir, ah! Já posso receber (porque julgo que não posso)!
E, numa certeza de que não posso ter controle sobre como o fazer, por alguém que contou que o que nos foge é o que tenta ser alcançado. Nunca me pareceu tão óbvio! Saint Exupéry me faz lembrar de quando em quando que 'o essencial é invisível aos olhos', dai-me vinte, só vinte interpretações e direi que não preciso de nenhuma! A minha me serve e me basta. Me abre um sorriso bonito!!!!
Eu não passo impressões, eu sou. Contudo, você me olha, não que se permita me ver. E não me importa quem é você! Você fui tanto eu, por vezes também leitores, músicos, Machado's de Assis, Otelos.
Não que eu seja reflexo, e não que não o seja. Não que eu me limite a essas coisas, não que não tivessem peso sobre minha memória, ações...É que mais que eu as seja, prefiro entender que elas me são, e me são apenas pedaços, pequenos fragmentos...