terça-feira, 20 de março de 2012

Grata à Saint - Exupéry

Possuo um planeta enorme, onde organizo expedições, explorações infinitas...
Eu organizei o infinito em envelopes de surpresas desagradáveis, desafiadoras, lindas e um segundo retiro. É este que hoje e tardiamente, merece a atenção das minhas letras.
Este retiro é um planeta cor de pétalas, as pétalas da hortência... Tem sabor de café! É também regado à orvalho, assim devagarinho... Doce. Ora azulado demais, ora lilás e azulado... Cor de sol exausto a deixar presentes na despedida!! Faz a pintura dourada e viva da harmonia... Tem ainda, um perfume nostalgico por amadeirado... Esse planeta, em especial (não esqueça que tenho vários), me faz suspirar leve e despreocupada. Repete as canções, mas de uma forma delicada... É um planeta que serve caldos deliciosos, quentinhos... Um território friozinho e aconchegante. Sim, porque nele se pode acender fogo, basta um pouco de sacrifício, mas eu sei que vale a pena.
Pense que desde as surpresas desagradáveis nos envelopes ao sonho quentinho que virá, são coisas que eu possuo, nada inventei. Pode ser que você, leitor, entenda: são coisas que cairam do céu ou desbarrancaram em inundações um tanto perigosas entre muitas outras que conquistei! E é tudo meu! Coisas que possuo e revejo, limpo o necessário cuidadosamente e cultivo o restante com amor. Cultivemos o amor...
Este planeta retiro a que me refiro, tem mais da metade de magia. Às vezes sinto, de súbto, ele se lançar ao ar em dança, então o faço abalar em risos! Nos derretemos sob as superfícies planas, eu e as saudades...
E de saudades, vou de encontro à ele agora, chamá-lo, saboreá-lo, sorvê-lo. Vou abrir junto aos olhos da alma o esperado envelope de sonho quentinho.
Meu planeta também dispõe de pombos para o correio, vai espalhar perfumes... Ele é todo encantador !

(Uma pétala morta debocha da delicadeza.)
 

Essa flor entorpecente... Energética.

Não há como respirar, como engolir qualquer coisa que não diga respeito ao espírito dessa nostalgia breve...
Engasgo.
Embora os meus afazeres estejam todos ligados à esse tempo meio seco, oscilando entre sim e não sei; se faz necessário parar. A velha força me puxa, então eu estalo inteira e lembro:
Que nada seja seco, que nada seja meio!
Eu jurei recusar esse oposto trágico de 'vivo'. Eu jurei recusar o que não fosse inteiro (não desrespeitei isso, efetivamente), e assim relembro e reconstruo:  Meus pés onde pisarem, seja em cacos ou em brasa, em nuvens ou no gelo do inferno, sejam firmes! Sejam meus pés! Eu pisarei passos e não comerei sapos senão por querer, por decidir, por assim entender que será bom enquanto e no futuro.
Eu entendo isso há tempos, desde que sou me construí EU e repugno as conclusões emocionais que confundem sinceridade com arrogância! Que me vêem arrogante. São pré-conceitos, superficialidades vãs...
Continuemos. O que eu amo e a quem amo eu nunca deixarei de sentir amor, podendo ou não podendo de fato amar. Bom seria se todos pudessem viver o amor, se todos que o sentem encarassem vivê-lo... Isso me sobe à garganta e faz doer, eis o maior desejo maior aptidão da minha existência: viver em tudo a verdade absoluta, a paixão forte, constante. Como no próprio movimento: constante, propulsor, pleno. Isto é o que me faz apostar o melhor em tudo o que respira ao meu redor e não me deixa esgotar em preocupações ou medos, pois que as coisas vem, as coisas vem...
Pois sigo, sigo aprendendo ainda a adaptar com o exterior esse EU, já que sei de que se trata. E eis a minha decisão: Ter meu presente vivo seja em paz ou em guerra.
Vamos aos meus textos. Ora, tanto é o que me faz viva! Eu possuo esse lugar, por exemplo, aconchegante e meu onde me registro, me afirmo e confirmo. Esse lugar é feito de palavras, minha expressão oral de fragmentos da alma, a viajem infinita dado o passe em cada frase e me surpreende regressando a outros textos, que a essência persiste. Essas convicções são impressionantes! Acrescentei, posso dizer, alguns detalhes significativos... Mas essa vitalidade junto aos mais inacessíveis e enigmáticos segredos estão aqui expostos, de forma inacreditávelmente sincera.
Eu me espanto e serve, isso me serve porque o mundo nada e tanto mais é que minha vida e, também, nada há de mais importante que perceber e investigar cada pedaço, automaticamente, amando, já que os puxei de mim, das entranhas, fiz e refiz, modifiquei, resisti, briguei, reforcei, eduquei, administrei e os senti emergindo, florescendo. Partindo de dentro, pois que que o mundo todo e desde todo é em mim, independente de eu conhecê-lo. É delicioso nos conhecermos sem enlouquecer efetivamente!
É artístico, poetico. E é lindo ser poético, é energizante a beleza, imprescindível a certeza de ao menos uma coisa no mundo enquanto vida, existência, essência.
Assim desafogo, largo essa carga tão engraçada... Desengasgo.
Com toda a modéstia, mas, às vezes pareço criança... Uma criança mulher... Uma menina! O que de mais gostoso e puro se pode sentir ser às vezes? O que de mais gostoso e puro que se perder e se achar em deliciosa forma?...
Energético.