sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Do desejo desesperado dos últimos dias

Tem frases escondidas dentro dos meus delírios. Tem uma quinta fase na lua que eu não posso ver. Momento de cansaço, falta de espaço, grandeza demais para os meus olhos... Inveja dela que enxerga todo o mar, inveja da inveja que ela sente ao me ver ora na brisa, ora na umidade e na mudança de cor. Horas tão raras. Meus pobres olhos são condenados à paisagem de alcance.
Me quero tão só.
Tenho cá uma caixa de músicas sem utilidade, já que eu guardo uns rancores e que; semelhante a cofres de louça sob formas rudes de porco se quebra com ansiedade; hora ou outra ela também há de se quebrar.
Muitos lagos transbordam assim, de superficiais que são. De belos à noite no bosque, falsos sob a luz do Sol.
Me quero só, lá pra onde música nenhuma ainda me pôde transportar.
Onde ninguém vai discursar, palavra em demasia é falta de consideração.
Me tenho em prova iminente.
Passei por todas as coisas que já passei. Do relógio ao vapor que se repete fosco e angustiante. Do sonífero doce (desnecessário) ao pó das folhas cheias de tinta desbotada.
Desabotoada pela memória a rosa do poema, vaga... Num caderno que partiu.
Dos rancores e do rio não há nada que concluir. Falam eles pelas próprias frases já exaustas.
Irão dormir...
Sigo acordada no grito de que me quero só! Para além da cama à hora do ocidente dormir, para além da escada onde se acendem as luzes que vão de novo me condenar, além do encontro e da busca, da saudade e da meditação.
Na vontade que me transporta e na paixão doentia por esses olhos infinitamente vaidosos que admirados de si não bastam.
Fome da vida das personagens vivas no estrago permanente da minha. Só o concreto não é utópico. Triste realidade óbvia entre as páginas clichês dessa história!

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