sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Presos à terra

A maior verdade continua sendo a maior verdade quando se está triste. Ela fala mais baixo, porém.
Num largo tumulto, quem sabe uma tempestade, é sequestrada a razão dos melhores poetas. Conflitos da chuva!  Sim, se houver melhores poetas...
Pára o mundo próximo aos olhos. Os olhos do coração, da alma, dessas coisas que as palavras inventam, dessas palavras que não dão conta da existência humana. E perto desses olhos abre-se novamente um cativeiro, minado de certa saudade, onde estão plantados sonhos, presos a terra, se desenvolvendo... Presos a terra! Lá onde existe inquebrantável força, a força do vento gelado, as estacas fascinantes de cristal e seu ainda mais fascinante acalanto. Paremos. Entre o sono e o descanso. Entre o brilho, a lua e o sol. A necessidade e a palidez do desânimo.
São poetas dramáticos, são vidas que não bastam sequer em sua imensidão. Paremos de girar, de viver em nosso cotidiano, em nossos planos e em nossas aspirações. Paremos de sentir frio ou calor, de buscar e desviar. De buscar ou desviar. Vazio de sentido todo o mundo, paremos um minuto e pensemos conscientes. Condizentes com a essência no instante do parto.

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