sábado, 28 de maio de 2011

Um mundo

Quando o verão chegar todos os pretextos vão junto com o ar gelado... E se eu disser que sempre terei a razão, que ela engole minhas pragas da boca e do pensamento?
E que mistérios são esses pelos sonhos a dentro, pelos ouvidos afora? O que já é tão diferente de mim que se confunde em milhares de projeções conflituosas na mente, nos braços, nos olhos vermelhos, vivos, transparentes, enganosos, irremediavelmente falsos!? Nada do que penso se perde e tão pouco o que minto no meio de alguma dessas frases que me revelam ou não os pedaços... Elas me contam uma só verdade: sou todo o mundo! Por entre todos os sentimentos eu me misturo e esqueço de regressar, viajo ao longe e grito para que embarquem, me vejam ou ignorem afogada na beira da praia, ilhada, desesperada ou calma, assim, como uma brisa imita o rosto bonito... Mas que alguém sinta o que não cabe em um só peito, antes que eu procure e me engane, que eu esqueça todo o jardim contemplando o beija-flor, voando com ele...
Não sou eu por vezes... Se não sou eu que sou? Se sou tudo é que muito é guardado. Sussurros da alma, justificativas ao inconsciente. Engano, pretexto de culpa... Que o mundo me agrada em partes, que as partes más são bem intencionadas ou fugas do nosso eu comandante quando manifestadas. À mim importa, em mim dança ou afunda, a dança habita o meio dos tempos, singular. Deveras único e o mesmo.
Quando o verão chegar eu vou lembrar de todos os verões e de todas as saudades, vou brincar na água fresca, encontrar mais rostos e tomar sucos artificiais. Num dos hojes reside o inverno e seu calor, a cidade, a água fresca e os lençóis...

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