Do quarto me joguei pra cidade. E não foi sonho! Tonta, eu ia seguindo a alegria que não se toca. Soluços do peito...
E ele à frente, disparado a rodear a calçada... Teimoso e ligeiro misturado ao povo que corre levando o futuro nas mãos...
O que era a rua? Essa que em tapetes sacudia buzinas agressivas, mentirosas... Repetitivas. E o que era aquele cálculo debruçado na metade de um banco azul?
Lento, me soprava os olhos qual ventinho sopra as folhas secas do chão... E os olhos iam ficando claros conforme expulsavam as mágoas a que essa mesma remetia.
Ele lá, perdido em novos soluços e a cabeça estragando os ponteiros, contando quatro prisioneiros num contorno arrogante. A cor das vidraças se espalhava quebrada no asfalto e meus braços escalavam as sete preces até atingir a surdez escondida no interior dos sinos. Quantos são os segredos de um lugar que temo querer apenas levar pedaços? Que medo transporta um som antigo importante a outro um tanto mais? Distraída eu pareço a fada sonolenta...
Mas a magia conta o que se esconde na ponta do nariz.
Meu mundo pára quando disfarço que ele não gira dentro das tuas canções. E dança a tua voz no peito mesmo se finjo que rio dos homens atarefados. Guardo tua palavra doce pra hora de dormir...
Na calçada eu posso esperar o aviso das seis, desejar tomar o café mais saboroso e pousar no teu rosto um descanso, esquecer nos teus lábios minha força e voltar com as mãos aquecidas entendendo que o coração contigo parece injusto, se faz bobo de atrapalhado e medroso mas que ainda um tanto imprudente e descontrolado volta como a quem falta toda a vergonha. Ansioso, remenda as faltas e se esquece de tornar ao lugar.
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