sábado, 6 de março de 2010

Filha da Mãe

Continuando com o passado e suas contribuições no presente...
Havia frases bonitas, recados, expulsão! Havia violão e música. Acima de tudo, havia sonhos naquele quarto. O tempo se confunde, mas tudo se refere a ela.
Eu ouvia suas músicas tranquila e feliz com sua presença. Eu procurava até que pudesse gostar daquelas frases. Havia segredos em seu diário, rabiscos no criado mudo, um som, e reflexos de dança na vidraça da janela. Não havia espelho. Havia roupas largadas no armário cheio de tatuagens de chicletes. Havia All Star, Nirvana, Legião Urbana e Paralamas do Sucesso e outro mundo logo ao lado, com Barbie, futebol, piscina de plástico, piqueniques, briguinhas, baralho, anoitecer, banho de mangueira, sapos na areia e fofocas no muro, despreocupação (Há saudade, tive vizinhas quase irmãs).
Um bocado mais longe havia o mar, maquiagem, cantadas, compras, gargalhadas, hip hop, lanche, praia, churrasco, playground e a descoberta da amizade feminina. Das descobertas, preservei a da maquiagem.
Num lugar para aprender, ela volta forte, Drop Dead, Hard Rock, moletom. Mera influencia ou gosto.
Sinto falta é das noites com ela, macarrão com salsicha, macarrão com bacon, macarrão com calabresa, macarrão instantâneo, macarrão com frango, macarrão com carne moída, macarrão com queijo, Super Mário, The Loste World, programa de fofoca, chantagens pra lavar a louça. Não há razão de acontecer mais, não volta.

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