Eu falo sempre as mesmas coisas, eu prendo muito em mim. Quero banir a palavra de sempre. Traduzir 'decepção'. Parar de falar da chuva, parar de ouvir música, parar de falar e de escrever. Dormir e não olhar no espelho, dormir sem ouvir minha voz, dormir sem vento, sem calor, sem frio, sem boa noite. Não sonhar, nem pensar e imaginar. Não lembrar do que esqueci. Não ter água nos olhos, sentimento no peito.
Ter força pra deixar a Bahia onde está, a ilha no mar, as ciganas migrando. A porta fechada, eu nem penso na porta! Eu pensava uma vez nas viagens de Natal, aquelas que faz o bom velhinho. Eu nem pensava nos duendes. No chaminé raramente, eu pensava em como é bonito o céu e as construções lá de cima. O céu sempre estrelado, o ventinho leve do verão.
Os vaga-lumes nunca mais apareceram, eles sumiram mesmo sem erguerem casa aqui ao lado. Eles se foram com a garoinha que mandava eu entrar na cozinha, com o jantar saboroso e raro do pai carinhosamente preocupado. Se foram as crianças que moravam depois do muro, foram e minha infância ficou um tanto sozinha, com toda a saudade de deitar na grama quando anoitecia, com vontade de pular o muro e ser índio, ser herói, ser atleta e professora. Se foram as conversas, o estudo, as risadas descontroladas, as divergências e as discussões. Ficou um amor muito grande, maior que a saudade. Ficaram milhares de lembranças, encantadoras lembranças de tudo.
Que eu também lembre com carinho das pessoas de hoje, se o destino nos separar. Que eu goste de lembrar das brigas, dos nossos planos, do nosso dia-a-dia.
Devo esquecer.
Tenho tentado buscar o silêncio. Desintoxicar. Exercitar a paciência, mergulhar fundo na calma. Não consegui mais que tentar. A partir de já vou levar a sério, superar. Amanhã vou dizer que tentei de verdade e vou partir enfim vazia do mal. Em paz.
Ter força pra deixar a Bahia onde está, a ilha no mar, as ciganas migrando. A porta fechada, eu nem penso na porta! Eu pensava uma vez nas viagens de Natal, aquelas que faz o bom velhinho. Eu nem pensava nos duendes. No chaminé raramente, eu pensava em como é bonito o céu e as construções lá de cima. O céu sempre estrelado, o ventinho leve do verão.
Os vaga-lumes nunca mais apareceram, eles sumiram mesmo sem erguerem casa aqui ao lado. Eles se foram com a garoinha que mandava eu entrar na cozinha, com o jantar saboroso e raro do pai carinhosamente preocupado. Se foram as crianças que moravam depois do muro, foram e minha infância ficou um tanto sozinha, com toda a saudade de deitar na grama quando anoitecia, com vontade de pular o muro e ser índio, ser herói, ser atleta e professora. Se foram as conversas, o estudo, as risadas descontroladas, as divergências e as discussões. Ficou um amor muito grande, maior que a saudade. Ficaram milhares de lembranças, encantadoras lembranças de tudo.
Que eu também lembre com carinho das pessoas de hoje, se o destino nos separar. Que eu goste de lembrar das brigas, dos nossos planos, do nosso dia-a-dia.
Devo esquecer.
Tenho tentado buscar o silêncio. Desintoxicar. Exercitar a paciência, mergulhar fundo na calma. Não consegui mais que tentar. A partir de já vou levar a sério, superar. Amanhã vou dizer que tentei de verdade e vou partir enfim vazia do mal. Em paz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário