Cante assim, como a chuva canta pra eu dormir.
Conte em meus ouvidos uma nova história durante todas as noites e dias adoravelmente granulados de uma luz azul ou dourada.
A dessa noite parece quente e macia.
Cada toque pesado dessa lágrima alegre nos braços da grama é uma confissão absoluta e acolhedora. Uma saudade pra cada milímetro verde. Para os projetores do reflexo arroxeado um extraordinário reencontro... A nuvem as chama de volta, as gotas, que vem convertidas em suspiros pálidos que o dever da gratidão provoca. Viajam nas escadas do vento amigo, repousam, renascem, em queda livre algumas se perdem na sede dos vivos, outras escorrem na pele despertado sentidos alheios, ainda que cheguem a seus amores chegarão desfalcadas de um romantismo que ficou molhado na fome dos lábios, na adrenalina dos pássaros viajantes, nos raios dourados de sol. Muitas chegam, poucas chegam inteiras na espera aflita da grama... Mas é noite e eu devo continuar...
Então, vente assim, trazendo a neblina que pinta o sorriso do meu sono...
Raras são as coisas substituíveis. Boas ou más. Inexistentes as pessoas como enumeráveis os sentidos de cada momento.
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