quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Não é mais sentir que basta

1.Quando eu pulo as linhas e quando eu calo meus reais pensamentos, quando eu, mais superficialmente, desejo que ninguém entenda a verdade por trás do que eu quis dizer é que é momento de voltar a dormir. De repousar minha descrença, meu frio, meu riso desesperado, minhas repetições... É que é momento de pensar e repensar o mesmo assunto por meio de ângulos diferentes.

5.Minha poesia não acalma, alivia ou dá força à alguém. Dá à mim. Que eu relaia as narrativas todas hoje, delas tirarei poucos sentimentos, poucas verdades se trazidas pro momento presente. Que elas descansem então ou durmam por bons tempos se conseguirem, deixem que eu fale agora só para mim.

4.E se eu tentasse definir o agora, como em todos os textos que fiz eu me julgarei errada. Como em todos me julguei.. Ainda assim o faço, o farei. Faz-me bem apesar dos temores à possíveis conseqüências [boas ou más. É emoção.

3.Será ruim calar? Será ruim desfocar, desiludir? Não me faz mal agora buscar parar de buscar. Buscar parar de querer ser segura. Acho que estou bem.

2.São os cenários desenhados para mim, que pessoa ou coisa alguma captura, sente. E tenho medo, um apenas, de que seja ainda melhor sonhar que vivenciar.

[é querer

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Feliz e eternamente grata!

Cada vez mais eu percebo que as coisas simples da vida são as mais bonitas! As que fazem o nosso coração pulsar de verdade!
E reforço que não adiantaria eu ficar triste e tão pouco me decepcionar com as pessoas que não levam isso em conta. Sendo que cada um é único e passa por milhões de momentos e transformações não cabe a mim julgar, mas aceitá-las independente de suas manias, práticas, vontades...Enquanto houver respeito e coisas boas pra partilhar a gente partilha e vive bem!!
E falando daquelas que já estão em minha vida e que eu agradeço tanto a Deus por isso, eu digo que não me arrependo nem por um segundo em usar o meu tempo pra estar com elas, para defendê-las se preciso for e pra socorre-las ou impedir que algo de ruim aconteça num imprevisto. Não pensaria duas vezes e sim, eu ponho a mão no fogo por todas!
Melhor ainda é saber que elas existem, são elas que me fazem ter certeza de que o mundo é bom, de que eu posso acreditar e confiar em boas intenções, em amor profundo e verdadeiro!
São os momentos de risadas, de estar ao lado sem precisar de grandes festas, de abraçar fora de datas especiais, de dizer e mostrar o que se sente sem cerimônia nem formalidade. Com o coração, com a lágrima, com a verdade e a intensidade é que se fazem grandes e inesquecíveis momentos e as grandes pessoas por existirem simplesmente é que nos fazem felizes estando do nosso lado ou apenas nas lembranças e na certeza.
Sim, eu sou muito feliz e eternamente grata!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Vamos tentar não querer

Não quero querer ouvir nunca aquilo que espero, não quero ter que esperar nem quero ter que fingir. Não gosto de gostar nem de desacreditar. Não quero me ver triste nem chorar com coisas alegres por elas não estarem diretamente ligadas a mim. Não quero agradar nem quero querer agradar,
não quero deixar de ser eu nem o querer.
Eu devo não dever nada a ninguém e à mim só a felicidade.
Eu gosto de surpresa e não gosto de gostar. Eu queria ser simples de lidar, dificil de amar.
Queria poder me ver como menina ainda, sem vontades e decisões. Não precisar seguir o caminho da incerteza nem da verdade.
Eu queria viver sozinha sem sentir falta de alguem nem de palavras de verdade, sentimentos sentidos e ditos e renovados e expressados das milhões de formas possíveis e impossiveis.
Eu queria morar no mar e visitar desertos, parar e acelerar o tempo e perder algumas gotas do dia que me sufoca com tanto sentido.
Ver as coisas pequenas como são ou se são grandes que o mundo ou um alguem por perto as visse assim como elas merecem, junto comigo.
De que adiata o sol brilhar sozinho?
Não quero me entender nem que ninguém me entenda. Vamos tentar querer parar de discutir...

Melhor Natal

Mais magia e mais intensidade! Não tem como ignorar o espírito tão perfeito que nasce com o Natal! Não existe Natal que não seja mágico! A cor da noite é mais bonita, o sorriso e a emoção das crianças e aquela vontade de chorar de alegria!... Ah! Como eu amo o Natal e não quero nunca deixar de amar. Deixa o captalismo estressar quem compra e compra e só reclama, quem olha a correria, a competição, o nervosismo e esquece tudo o que de mais bonito é proposto nessa época... Não importa o que de mal for dito. O que todo esse encanto manda o meu coração fazer é amar, perdoar, ajudar, respirar a vida e ter muita e cada vez mais esperança!
É assim que eu me sinto leve e viva, disposta a aceitar as pessoas como são, aproveitar o que há de puro em cada um e ver os defeitos se tornarem nulos. São tantas as coisas pequenas de significado imenso!
Não importa a decisão e a vontade alheia, eu escolhi seguir o coração e deixar que as melhores emoções me movam. VIVA O NATAL!!!

Durmo a dançar por dentro...

É uma chuva de sentidos numa noite de temperatura amena... Gota a gota ela cai lenta, serena, numa melodia inédita misturada aos suspiros meus... e os sentidos? De todo o dia, de todas as palavras ouvidas que em sua hora foram caladas pealas ditas. De todo o amanhecer nublado a lembrança.. O sol não me cubriu hoje, não passou a janela pra me esquentar e iluminar o quarto, o dia, a vida.
Não tenho esperança ainda de conseguir desenhar com as palavras as imagens e o pulsar intenso que cada linha leva à minha mente. A magia levantada na memória de quem escreve não leva à quem lê o vermelho da cortina fina que transforma a cor, não a intensidade de um sol vivo que anima todo o ser que vive e vive por causa dele. Não remete a saudade nem tras os perfumes doces, não repara os fios do cobertor macio nem o roçar dos pés nos lençois antes do dia virar.
Não, ninguém sentirá como eu o gelado do piso nos dedos das mãos que caminham sobre eles preguiçosos. Aquela preguiça toda e a manha que observam as paredes, os quadros, o tapete e o roupeiro. Esquecida do sonho e esperançosa num dia levado por motivos simples, sinceros, motivos meus.
Que importância tem s coisas!... Agora tem a grama que é verde-escuro, um pouco azulada como naquele desenho-animado que assisti quando muito pequena e que desde então me acode às noites de imaginação mais intensa. Tem importância o canto dos grilos e o coro de insetos anônimos que fazem o back vocal. O vento que sussurra pra eu dormir aqui quentinha e confortável esquecendo as coisas ruins, que o cuidar de si de cada uma previne imenso sofrimento!...
E eu descanso sorrindo, então. Durmo a dançar por dentro...

[Data original-19/12]

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Boa noite

Que diferença há entre ser e poder ser? De tudo o que eu quis houveram outros quereres, de minha maior vontade, vontades alheias. Da minha certeza, incertezas, caprichos.

E se eu dormisse pela tarde, escrevesse à noite e trabalhasse pela manhã? E se eu estivesse ao seu lado 80% do dia, se eu fizesse todas as refeições à hora que ela quer? Eu estaria contente e ela ainda infeliz...
Eu posso então dormir e ouvir um pouco o vento, o esfriar do asfalto, o zunido chato do pernilongo.. Eu posso imaginar o borbulhar do riachinho, o cajueiro, a pedra do caminho e sonhar que eu vôo um vôo infinitamente intenso, sem pausas pro susto novo que me acorda mesmo sorrindo.
Mas agora eu incomodo. As luzes acesas atrapalham um sono forçado. Um vento bruto me leva mais rápido as cobertas protetoras. Ontem eu tive um sonho ruim.
Boa noite passarinhos que dormem em cima de mim. Boa noite gato do telhado, sereno da 00:00, lua cheia de dezembro, luzes de Natal. Boa noite briga de mãe e filha, deixe vir meu boa noite, durma e não acorede nunca mais!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Rascunho

O papel é sempre bom companheiro. A caneta corre com as reflexões, espera, erra, rasura a palavra, o sentido. Mas a preguiça ou a mania de poupar as linhas sempre revela mais erros e a fidelidade aos primeiros pensamentos, às primeiras idéias.
Peguei o caderno a fim de escrever sobre as minhas reflexões de ontem à noite. Ah! Se eu gravasse meus pensamentos todos com os seus parenteses, reticencias, rabiscos, verdades, imoralidades, vergonhas... Ah! Se corajosa o bastante eu fosse a ponto de publicá-los, seria tão mais fiel à essência do tema proposto no blog.
A verdade é que sou tanto sentimento, tanta aflição pegajosa, alegria amarga. Esses gritos internos felizes, desejosos de vida e contudo medrosos, prudentes. O gostar e não servir de nada. O amor cego e furioso, furiosamente cego, cego, cego!
Debruçada na agonia e no fascínio, tanto fascínio! Agonia o suficiente a me render pedacinhos do que sou, fui e que buscando não ser me dôo agora para remoer realizada ou não amanhã.
Que meus olhos pequenos assim de dores e amores por mim mesma são incapazes de trazer alguma aquietação, como os ouvidos exaustos de musica tão intensa que se raramente ouvida traria ainda emoção.
Assim, do jeito que eu sou que você pode ver é o jeito que me impede de ser mais riso absurdo, imediato, fonte de olhar, nunca investigação, desejo de ser que quase se alcança e se conforma, se inventa, se constrói por dentro quando a embalagem não é a desejada. É aí que a releitura me acode. No rumo que se toma falta o gelo, o gás e a sede. Eu só entendo e satisfeita ou não eu só decido publicar mesmo pra enfeitar, enfeiar, acrescentar um número ou uma vaidade.
Por que é o solo agressivo das guitarras de uma nova melodia que caminha na massa cinzenta agora. Dói por dentro, ainda não sei onde... Ali perto do peito, onde não assimila sentimento... não? Que palavra me traz as emoções tão desligadas? A que palavra? A que serve essa interrogação do episódio de ontem? Que querem as mulheres...?
Cada dia eliminar mais perguntas por meio de respostas vividas, revividas, repensadas.
Da guitarra ao violão, ao som fúnebre e noturno, com imagens reais não vividas nem por quem através delas surgiu, se pintou, se vestiu.
Que vento tão bruto arranca de mim um sentir intenso e o transporta a outro mais e mais duramente intenso?
Que a brasileira mulata desenhada em traços calientes se desmancha em camponesas românticas e recatadas que voltam a extravagar desejos de idolatradas musas hollywoodianas.
Uma cigana migra de um sentido a outro, constrói laços, acende as velas, se fixa e incendeia a cabana pra reinventar seu primeiro sonho.
Corram idéias! Mais que a enchente derrubando os trigais! Repousa em mares de sonhos profundos e eternos oh, cabelos infindos da sereia escondida na ressaca amante das pedras...
À menina que sonha, acorda, existe. Não vive.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Na falta do que fazer, inventei a minha liberdade!! [Humberto Gessinger]

'Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão, um dia me disseram que os ventos às vezes erram a direção' [Humberto Gessinger]
A decepção é um fruto que nem sempre se planta mas que se colhe amargo por demais. Eu busquei conhecer, entender... Até que me abri, me doei por inteiro. De novo, outra vez. Eu que sou assim dramática. Eu que sinto não menos que você. Eu que erro tanto e que ainda busco me desculpar com desculpas. Não tenho mais ânimo de ouvir justificativas. Meu estômago já não digere mentira tão pouco gritaria. Eu que te aceitei sincera, te aceitei amiga, te aceitei vulneravelmente sozinha. Entrei no barco, fiz propaganda, tomei as causas. Ah eu cai e foi tão bem feito pra mim!
'O certo é que eu dancei sem querer dançar' [Humberto Gessinger]
Então continue assim a se elevar com lama. A se favorecer com as vítimas caluniadas. 
De coração, um coração que se despede mas que ainda guarda algum pedaço de falsas boas lembranças, eu não cultivo raiva alguma. Nem sei se é tristeza o que me aperta ainda o peito. É uma saudade besta do que não existiu.
'Eu que falei nem pensar agora me arrependo roendo as unhas, frágeis testemunhas de um crime sem perdão' [Humberto Gessinger]
Não é decisão. É sentimento. Talvez um dia mude, talvez um dia eu me arrependa, mas hoje eu não consigo, não suporto. Não me desce mais. Entenda. Você consegue entender? Você consegue dar lugar ao sentir sem ser manipulada pelas regras sujas que mantém a tua imagem?
Não. Eu não me sinto bem em te julgar, é esperança boba de que algo importante acorde em você.
Eu nunca quis nem tentei te mudar. Você é a única prova. De todas nossas idéias opostas, de todos nossos conflitos morais conciliavam-se ainda o respeito mútuo, a confiança, a sinceridade, a compreenção. Mas essa tua proteção enganosa de si, esse teu elevar-se comum a qualquer um que não fosse o você que você mostrava, te jogou pra longe, pra bem longe daqueles que você dizia amar. As desculpas não colam mais. Encaixam as peças suficientes desse teu jogo falho. Apele aos que ainda acreditam como é de costume teu! Se é que te acrescenta tanto assim tentar diminuir os que te apoiaram. Eu deixo que eles sozinhos tirem suas conclusões. Eu não saboto.
Eu coloco uma pedra. Não pra voltar e finjir que acredito em você. Sim pra enterrar os teus segredos que eu nem sei se são reais. As tuas mágoas e teus desabafos inventados nos quais você mesma pisa e deixa nus à todos aqueles que vão ainda te deixar ao perceberem. Insista e você vai acreditar. Insista e você será grande pra você, pra você apenas enquanto se afunda no próprio jogo.
'Quantas vezes a gente sobrevive à hora da verdade? Na falta de algo melhor nunca me faltou coragem' [Humberto Gessinger]
Agora corra e conte o que eu te confiei! Corra e conte mas não aumente minha querida! Não aumente e veja se alguém terá do que reclamar! Se alguém foi caluniado, se alguém foi denegrido pela minha boca! Se eu disse algo de alguém que esse alguém já não soubesse por mim! Sabe porque eu não pude? Você sabe? É porque ME DÓI! É por que é à MINHA alma que a idéia de tal sujeira machuca!
Você não sabe. Me dói ainda te ver assim. Eu te amei.