quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Não é mais sentir que basta

1.Quando eu pulo as linhas e quando eu calo meus reais pensamentos, quando eu, mais superficialmente, desejo que ninguém entenda a verdade por trás do que eu quis dizer é que é momento de voltar a dormir. De repousar minha descrença, meu frio, meu riso desesperado, minhas repetições... É que é momento de pensar e repensar o mesmo assunto por meio de ângulos diferentes.

5.Minha poesia não acalma, alivia ou dá força à alguém. Dá à mim. Que eu relaia as narrativas todas hoje, delas tirarei poucos sentimentos, poucas verdades se trazidas pro momento presente. Que elas descansem então ou durmam por bons tempos se conseguirem, deixem que eu fale agora só para mim.

4.E se eu tentasse definir o agora, como em todos os textos que fiz eu me julgarei errada. Como em todos me julguei.. Ainda assim o faço, o farei. Faz-me bem apesar dos temores à possíveis conseqüências [boas ou más. É emoção.

3.Será ruim calar? Será ruim desfocar, desiludir? Não me faz mal agora buscar parar de buscar. Buscar parar de querer ser segura. Acho que estou bem.

2.São os cenários desenhados para mim, que pessoa ou coisa alguma captura, sente. E tenho medo, um apenas, de que seja ainda melhor sonhar que vivenciar.

[é querer

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Feliz e eternamente grata!

Cada vez mais eu percebo que as coisas simples da vida são as mais bonitas! As que fazem o nosso coração pulsar de verdade!
E reforço que não adiantaria eu ficar triste e tão pouco me decepcionar com as pessoas que não levam isso em conta. Sendo que cada um é único e passa por milhões de momentos e transformações não cabe a mim julgar, mas aceitá-las independente de suas manias, práticas, vontades...Enquanto houver respeito e coisas boas pra partilhar a gente partilha e vive bem!!
E falando daquelas que já estão em minha vida e que eu agradeço tanto a Deus por isso, eu digo que não me arrependo nem por um segundo em usar o meu tempo pra estar com elas, para defendê-las se preciso for e pra socorre-las ou impedir que algo de ruim aconteça num imprevisto. Não pensaria duas vezes e sim, eu ponho a mão no fogo por todas!
Melhor ainda é saber que elas existem, são elas que me fazem ter certeza de que o mundo é bom, de que eu posso acreditar e confiar em boas intenções, em amor profundo e verdadeiro!
São os momentos de risadas, de estar ao lado sem precisar de grandes festas, de abraçar fora de datas especiais, de dizer e mostrar o que se sente sem cerimônia nem formalidade. Com o coração, com a lágrima, com a verdade e a intensidade é que se fazem grandes e inesquecíveis momentos e as grandes pessoas por existirem simplesmente é que nos fazem felizes estando do nosso lado ou apenas nas lembranças e na certeza.
Sim, eu sou muito feliz e eternamente grata!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Vamos tentar não querer

Não quero querer ouvir nunca aquilo que espero, não quero ter que esperar nem quero ter que fingir. Não gosto de gostar nem de desacreditar. Não quero me ver triste nem chorar com coisas alegres por elas não estarem diretamente ligadas a mim. Não quero agradar nem quero querer agradar,
não quero deixar de ser eu nem o querer.
Eu devo não dever nada a ninguém e à mim só a felicidade.
Eu gosto de surpresa e não gosto de gostar. Eu queria ser simples de lidar, dificil de amar.
Queria poder me ver como menina ainda, sem vontades e decisões. Não precisar seguir o caminho da incerteza nem da verdade.
Eu queria viver sozinha sem sentir falta de alguem nem de palavras de verdade, sentimentos sentidos e ditos e renovados e expressados das milhões de formas possíveis e impossiveis.
Eu queria morar no mar e visitar desertos, parar e acelerar o tempo e perder algumas gotas do dia que me sufoca com tanto sentido.
Ver as coisas pequenas como são ou se são grandes que o mundo ou um alguem por perto as visse assim como elas merecem, junto comigo.
De que adiata o sol brilhar sozinho?
Não quero me entender nem que ninguém me entenda. Vamos tentar querer parar de discutir...

Melhor Natal

Mais magia e mais intensidade! Não tem como ignorar o espírito tão perfeito que nasce com o Natal! Não existe Natal que não seja mágico! A cor da noite é mais bonita, o sorriso e a emoção das crianças e aquela vontade de chorar de alegria!... Ah! Como eu amo o Natal e não quero nunca deixar de amar. Deixa o captalismo estressar quem compra e compra e só reclama, quem olha a correria, a competição, o nervosismo e esquece tudo o que de mais bonito é proposto nessa época... Não importa o que de mal for dito. O que todo esse encanto manda o meu coração fazer é amar, perdoar, ajudar, respirar a vida e ter muita e cada vez mais esperança!
É assim que eu me sinto leve e viva, disposta a aceitar as pessoas como são, aproveitar o que há de puro em cada um e ver os defeitos se tornarem nulos. São tantas as coisas pequenas de significado imenso!
Não importa a decisão e a vontade alheia, eu escolhi seguir o coração e deixar que as melhores emoções me movam. VIVA O NATAL!!!

Durmo a dançar por dentro...

É uma chuva de sentidos numa noite de temperatura amena... Gota a gota ela cai lenta, serena, numa melodia inédita misturada aos suspiros meus... e os sentidos? De todo o dia, de todas as palavras ouvidas que em sua hora foram caladas pealas ditas. De todo o amanhecer nublado a lembrança.. O sol não me cubriu hoje, não passou a janela pra me esquentar e iluminar o quarto, o dia, a vida.
Não tenho esperança ainda de conseguir desenhar com as palavras as imagens e o pulsar intenso que cada linha leva à minha mente. A magia levantada na memória de quem escreve não leva à quem lê o vermelho da cortina fina que transforma a cor, não a intensidade de um sol vivo que anima todo o ser que vive e vive por causa dele. Não remete a saudade nem tras os perfumes doces, não repara os fios do cobertor macio nem o roçar dos pés nos lençois antes do dia virar.
Não, ninguém sentirá como eu o gelado do piso nos dedos das mãos que caminham sobre eles preguiçosos. Aquela preguiça toda e a manha que observam as paredes, os quadros, o tapete e o roupeiro. Esquecida do sonho e esperançosa num dia levado por motivos simples, sinceros, motivos meus.
Que importância tem s coisas!... Agora tem a grama que é verde-escuro, um pouco azulada como naquele desenho-animado que assisti quando muito pequena e que desde então me acode às noites de imaginação mais intensa. Tem importância o canto dos grilos e o coro de insetos anônimos que fazem o back vocal. O vento que sussurra pra eu dormir aqui quentinha e confortável esquecendo as coisas ruins, que o cuidar de si de cada uma previne imenso sofrimento!...
E eu descanso sorrindo, então. Durmo a dançar por dentro...

[Data original-19/12]

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Boa noite

Que diferença há entre ser e poder ser? De tudo o que eu quis houveram outros quereres, de minha maior vontade, vontades alheias. Da minha certeza, incertezas, caprichos.

E se eu dormisse pela tarde, escrevesse à noite e trabalhasse pela manhã? E se eu estivesse ao seu lado 80% do dia, se eu fizesse todas as refeições à hora que ela quer? Eu estaria contente e ela ainda infeliz...
Eu posso então dormir e ouvir um pouco o vento, o esfriar do asfalto, o zunido chato do pernilongo.. Eu posso imaginar o borbulhar do riachinho, o cajueiro, a pedra do caminho e sonhar que eu vôo um vôo infinitamente intenso, sem pausas pro susto novo que me acorda mesmo sorrindo.
Mas agora eu incomodo. As luzes acesas atrapalham um sono forçado. Um vento bruto me leva mais rápido as cobertas protetoras. Ontem eu tive um sonho ruim.
Boa noite passarinhos que dormem em cima de mim. Boa noite gato do telhado, sereno da 00:00, lua cheia de dezembro, luzes de Natal. Boa noite briga de mãe e filha, deixe vir meu boa noite, durma e não acorede nunca mais!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Rascunho

O papel é sempre bom companheiro. A caneta corre com as reflexões, espera, erra, rasura a palavra, o sentido. Mas a preguiça ou a mania de poupar as linhas sempre revela mais erros e a fidelidade aos primeiros pensamentos, às primeiras idéias.
Peguei o caderno a fim de escrever sobre as minhas reflexões de ontem à noite. Ah! Se eu gravasse meus pensamentos todos com os seus parenteses, reticencias, rabiscos, verdades, imoralidades, vergonhas... Ah! Se corajosa o bastante eu fosse a ponto de publicá-los, seria tão mais fiel à essência do tema proposto no blog.
A verdade é que sou tanto sentimento, tanta aflição pegajosa, alegria amarga. Esses gritos internos felizes, desejosos de vida e contudo medrosos, prudentes. O gostar e não servir de nada. O amor cego e furioso, furiosamente cego, cego, cego!
Debruçada na agonia e no fascínio, tanto fascínio! Agonia o suficiente a me render pedacinhos do que sou, fui e que buscando não ser me dôo agora para remoer realizada ou não amanhã.
Que meus olhos pequenos assim de dores e amores por mim mesma são incapazes de trazer alguma aquietação, como os ouvidos exaustos de musica tão intensa que se raramente ouvida traria ainda emoção.
Assim, do jeito que eu sou que você pode ver é o jeito que me impede de ser mais riso absurdo, imediato, fonte de olhar, nunca investigação, desejo de ser que quase se alcança e se conforma, se inventa, se constrói por dentro quando a embalagem não é a desejada. É aí que a releitura me acode. No rumo que se toma falta o gelo, o gás e a sede. Eu só entendo e satisfeita ou não eu só decido publicar mesmo pra enfeitar, enfeiar, acrescentar um número ou uma vaidade.
Por que é o solo agressivo das guitarras de uma nova melodia que caminha na massa cinzenta agora. Dói por dentro, ainda não sei onde... Ali perto do peito, onde não assimila sentimento... não? Que palavra me traz as emoções tão desligadas? A que palavra? A que serve essa interrogação do episódio de ontem? Que querem as mulheres...?
Cada dia eliminar mais perguntas por meio de respostas vividas, revividas, repensadas.
Da guitarra ao violão, ao som fúnebre e noturno, com imagens reais não vividas nem por quem através delas surgiu, se pintou, se vestiu.
Que vento tão bruto arranca de mim um sentir intenso e o transporta a outro mais e mais duramente intenso?
Que a brasileira mulata desenhada em traços calientes se desmancha em camponesas românticas e recatadas que voltam a extravagar desejos de idolatradas musas hollywoodianas.
Uma cigana migra de um sentido a outro, constrói laços, acende as velas, se fixa e incendeia a cabana pra reinventar seu primeiro sonho.
Corram idéias! Mais que a enchente derrubando os trigais! Repousa em mares de sonhos profundos e eternos oh, cabelos infindos da sereia escondida na ressaca amante das pedras...
À menina que sonha, acorda, existe. Não vive.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Na falta do que fazer, inventei a minha liberdade!! [Humberto Gessinger]

'Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão, um dia me disseram que os ventos às vezes erram a direção' [Humberto Gessinger]
A decepção é um fruto que nem sempre se planta mas que se colhe amargo por demais. Eu busquei conhecer, entender... Até que me abri, me doei por inteiro. De novo, outra vez. Eu que sou assim dramática. Eu que sinto não menos que você. Eu que erro tanto e que ainda busco me desculpar com desculpas. Não tenho mais ânimo de ouvir justificativas. Meu estômago já não digere mentira tão pouco gritaria. Eu que te aceitei sincera, te aceitei amiga, te aceitei vulneravelmente sozinha. Entrei no barco, fiz propaganda, tomei as causas. Ah eu cai e foi tão bem feito pra mim!
'O certo é que eu dancei sem querer dançar' [Humberto Gessinger]
Então continue assim a se elevar com lama. A se favorecer com as vítimas caluniadas. 
De coração, um coração que se despede mas que ainda guarda algum pedaço de falsas boas lembranças, eu não cultivo raiva alguma. Nem sei se é tristeza o que me aperta ainda o peito. É uma saudade besta do que não existiu.
'Eu que falei nem pensar agora me arrependo roendo as unhas, frágeis testemunhas de um crime sem perdão' [Humberto Gessinger]
Não é decisão. É sentimento. Talvez um dia mude, talvez um dia eu me arrependa, mas hoje eu não consigo, não suporto. Não me desce mais. Entenda. Você consegue entender? Você consegue dar lugar ao sentir sem ser manipulada pelas regras sujas que mantém a tua imagem?
Não. Eu não me sinto bem em te julgar, é esperança boba de que algo importante acorde em você.
Eu nunca quis nem tentei te mudar. Você é a única prova. De todas nossas idéias opostas, de todos nossos conflitos morais conciliavam-se ainda o respeito mútuo, a confiança, a sinceridade, a compreenção. Mas essa tua proteção enganosa de si, esse teu elevar-se comum a qualquer um que não fosse o você que você mostrava, te jogou pra longe, pra bem longe daqueles que você dizia amar. As desculpas não colam mais. Encaixam as peças suficientes desse teu jogo falho. Apele aos que ainda acreditam como é de costume teu! Se é que te acrescenta tanto assim tentar diminuir os que te apoiaram. Eu deixo que eles sozinhos tirem suas conclusões. Eu não saboto.
Eu coloco uma pedra. Não pra voltar e finjir que acredito em você. Sim pra enterrar os teus segredos que eu nem sei se são reais. As tuas mágoas e teus desabafos inventados nos quais você mesma pisa e deixa nus à todos aqueles que vão ainda te deixar ao perceberem. Insista e você vai acreditar. Insista e você será grande pra você, pra você apenas enquanto se afunda no próprio jogo.
'Quantas vezes a gente sobrevive à hora da verdade? Na falta de algo melhor nunca me faltou coragem' [Humberto Gessinger]
Agora corra e conte o que eu te confiei! Corra e conte mas não aumente minha querida! Não aumente e veja se alguém terá do que reclamar! Se alguém foi caluniado, se alguém foi denegrido pela minha boca! Se eu disse algo de alguém que esse alguém já não soubesse por mim! Sabe porque eu não pude? Você sabe? É porque ME DÓI! É por que é à MINHA alma que a idéia de tal sujeira machuca!
Você não sabe. Me dói ainda te ver assim. Eu te amei.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A minha certeza é só minha

Por mais que eu deva ou não deva, queira, não queira, seja bonito, feio, chato, atraente, incômodo ou exagerado... Eu não me prendo, não me escondo. O que eu penso, faço, quanto mais o que sinto é explícito à qualquer um que pergunte, me faça pensar que quer ver ou me ouvir, àquele que conversa, ouve ou só fala. Àquele que me vê todos os dias, uma vez ao mês, àquele que já me viu.
Não sei porque razões, eu que reflito tanto e tanto depois, só depois do ocorrido. Sei que não surpreendo com mudança de caráter, sim de humor. Não conquisto pessoas com qualidades forçadas, ou com minhas qualidades apenas. Não que eu não busque mudar, o que é digno de admiração minha é digno de empenho meu. Ainda a abolição de todos os preconceitos, de muitos dos medos e de certa acomodação é busca diária.
Não é qualidade minha o cálculo nem a prudência. Não acho que traga felicidade a perfeição. Todos que me vem e que me julgam antes não julgam além do que há por pequeno que seja em mim.
Não que eu o seja em sua totalidade, em sumo o sou. Prefiro transparecer que refletir, sorrir e chorar sem esperar que seja prudente, cabível ou correto.
Antes ainda respeito, busco respeitar e conviver bem com todo o modo de viver, pensar e agir diferente do meu, admiro muitos deles e não reflito. Sinto e o vivo.
A minha certeza é só minha, não convenço nem quero, de novo eu apenas sinto.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Não é certo, errado nem indireto

São tantas as coisas em que pensar, coisas que pouco alteram nosso modo de agir em verdade.
Eu gosto de falar sobre as coisas que sinto com as pessoas que gosto, ou não. As que gostam de mim entendem, as vezes entendem. A verdade é que eu não gosto de metáforas, enigmas. Quando digo A é porque quis dizer A independente do que existe dentro desse A, mas raramente vai ser B ou ainda B mais C.
Eu não gosto e tampouco aprendi a lidar com entrelinhas. As palavras, bem como os gestos tem sua pureza, seus milhares de significados, o que vem a ser diferente de chantagem ou meras exigências.
Sejamos espontâneos! Tão bom é um gesto carregado de sentimentos verdadeiros, um sim e um não que soem apenas como um sim ou um não. As razões quando distorcidas magoam, rompem laços, afastam pessoas.
Não é certo, errado nem indireto. É saído das aflições diárias decorrentes disso.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A mais intensa

Eu achei ela sempre tão forte. Admirava seu espírito sonhador, alegre, cheio de esperanças! Busquei entender o mistério que saía daqueles olhos, tão vivos, tão profundos que aos poucos me revelaram tudo. Tudo e nada. Boa parte do que sabia sobre si ela disse a mim. Há coisas que nem os olhos, palavras ou o tempo poderiam revelar.
Me sentia mais que na obrigação, mas no desejo de fazê-la livre e ainda mais alegre.
Tão repleta de sonhos, tão distante às vezes e tão capaz quanto neutra. Pois que nunca neutra! Nunca inteiramente capaz uma vez que pessoas precisam de pessoas para que a felicidade completa se torne próxima.
Quanto mais uma alma imensamente sedenta de amor! Amor recíproco. Amor igual em sua amplitude: Amor.
Toda ela transbordava sentidos. Cabelos, traços, timbre, olhar. Cada qual com um lado de sonho, de possibilidade.
Os olhos por vezes arrancaram da alma mais força que a dor aparente. Mais coragem que a do que julga as lágrimas como fracas e desnecessárias.
Exageros de personalidade.
Exagerado como intenso todo o ser dela clamava por essa vida que se derramava em cores, sabores, perfumes, em luar, dia claro, sombra de verão, banho de mar, frescor de fruta, fogo do inverno, cheiro do campo, da camomila, dança, liberdade, do gosto do elogio sincero, do romance, do frio na barriga de um grande amor. Do enxergar das pessoas, da verdade, da companhia e da liberdade.
Ela emendava a melodia das canções, soprava com a brisa ou o vendaval. Chorava a dor do inseto e clamava por justiças alheias. Forte na essência da fortaleza: sentia sem resistir, sem segurar nem enganar a si.
Ela era assim, tão viva que a vida calou. Pulsou forte, tão forte que na intenção de arrebentar o muro alçou voô ao ifinito do sonho.
Ela vive lá, onde as cores são mais bonitas, as pessoas mais generosas e os amores mais profundos...
Vive, quando os olhos fecham e a alma acorda.
Ela morre ao nascer da sombra constante de pessoas que berram suas consternações, egoísmos e infelicidades. De pessoas que riem descontroladas de um susto doloroso que a desperta da vida.

Ela era Mulher, a mais intensa: aquela que sonha.

sábado, 14 de agosto de 2010

Um pouco de Paz

O sentimento de hoje é bom, determinadas coisas ou pessoas nos fazem sentir muito bem às vezes. Inatingíveis. Sinto neste instante que essa paz nunca vai me deixar de lado, é uma paz interior, a tenho agora mais forte que há algumas horas, me sinto no dever de espalhá-la. É correto pra mim espalhar o que é bom e o que faz bem.
Todos os dias chegam à nós más notícias, seja pelos amigos, parentes, vizinhos ou pela mídia. É comum, jamais ''normal'' e aceitável que isso desperte em nós algum interesse, alguma forma de benefício. Quantas pessoas já não pararam no meio de uma viajem para ver o que resultou de um acidente mesmo sabendo que não poderíam fazer nada a não ser atrapalhar e ficaram lá, por curiosidade, para terem uma história emocionante pra contar. Sentimentos egoístas, que ao fim prejudicam à nós mesmos.
Espalha-se tantas notícias ruins, tantas fofocas a fim de demostrar superioridade, pena, prestar uma ajuda que será reconhecida que acaba-se deprimindo todos à volta. Nublando o dia.
Não há quem seja perfeito à ponto de escapar totalmente disso, mas para que fechar os olhos diante de nós mesmos? Para que errar sabendo que se está errando?
Se nos policiarmos quando nos vem tais sentimentos ao invés de nos preocuparmos com fingimentos e máscaras cotidianas vamos viver uma vida mais sincera, mais clara, mais feliz.
Se a leveza e a paz são bons sentimentos busquemos cultivá-los, alimentá-los ou padeceremos com os males do século: A depressão, a inveja, o egoísmo, a falsidade, a burrice.

domingo, 4 de julho de 2010

Prática Sonolenta

Bateu vontade de escrever de novo... Eu tenho fugido, uma vez que a vergonha ainda é bem guardiã do meu coração, e que as coisas que eu tenho vontade de expôr aqui são fruto de uma vivência pura: amor. Tenho ainda medo de ser infiel à ele, muitos mesmo sem intenção o fazem.
Porém, agora, quero falar de um amor generoso, abrangente. O amor que chega e não fica, se renova, expande, maximiza, flui de dentro pra fora, cora a face, pinta o meu riso, me eleva. Amor que atinge o outro sem sair de mim. Que segura palavras de raiva, que transforma ódio em banalidade. Amor que não sabe ser egoísta, entende? Tantas vezes ele é! É porque não soube ser amor.
Ele chega tímido, eu podo, ele pede licença, eu interrogo, ele insiste em agradar, eu desconfio. Quando ele é tão simples, quando ele é tão cheio, tão vivo, eu sufoco, eu complico.
Hoje ele foi sufocado por mim, enchi meu dia de raiva, sem deixar ele se aproximar. Não que ele deva vir dos outros, ele chega pelas coisas vivas, pelos cheiros, pelo clima, pela cor. Eu não percebi nada, fixei na minha mente a idéia de que acordei de mal com a vida e a idéia se apoderou de mim. Algo que nunca mais havia acontecido, geralmente uso como pretexto que é hormonal, fase de TPM. Então eu me conformo e aceito provocações, brigas que sequer existem.
Porque magoar as pessoas sabendo que estou magoando? Porque errar enquanto tenho em mente que estou errando? Porque sei que elas perdoarão, porque darei à elas as mesmas desculpas que dei à mim.
Exatamente igual ao que aconteceu hoje.
A vaidade colabora com alterações de humor no meu caso. Estar diferente pra fugir do que poderia vir à ficar monótono um dia. Atitude banal.
Passei o dia a reclamar sobre o que me fazia mal à quem passou o dia a tentar me divertir e me afastar daquele mau-humor. Guardei coisas que me faziam mal pra que não fizessem mal à outras pessoas e em um momento de frustração joguei tudo de forma incalculada em cima delas. É covarde dizer que não respondi por mim, era nessessário falar, mas não dessa forma.
Quando algo que contradizia um dos motivos da minha raiva veio à tona eu cedi um pouco. Estava infeliz como à tempos atrás com a aparência física.
Eu melhorei com um elogio, foi a gota d'água pra que mais adiante eu me sentisse péssima ao perceber que coisas simples e verdadeiramente merecedoras de um sorriso meu não foram aceitas como foi aceito um mero e mesquinho alimento pra vaidade!
Aproveitamento na reflexão, a pratica me aguarda já bem sonolenta!

domingo, 13 de junho de 2010

Ordenando a Memória

Todo mundo para pra pensar no passado um pouco às vezes... Não que seja necessário muito esforço, tem lembranças surgem sabe Deus de onde!
Antigamente, já que se fala em passado, era tão mais ''real'' o dia-a-dia, faziam-se pessoas vivas, normais! Pessoas que conversavam cara-a-cara, que erravam com medo, não era simples concertar... Que sentiam a vida de verdade!
O tempo mudou como um flash! Não passou, ele ''mudou'' rapidinho.
Pra colocar no papel, na postagem, eu digo, vou seguir a ordem cronológica. Me perdoem se eu não conseguir, assim como pra falar, eu puxo um assunto de outro e me perco do início noventa por cento das vezes!...
Vamos lá então! Eu lembro vagamente, mas somando às lembranças também vagas e confusas da minha mãe, aos dois, três e quatro anos eu gostava de brincar na àgua, tomava nescau, comia terra, assistia Os Bananas de Pijama e levantava sozinha. Por volta dos cinco, seis, sete e oito anos, já lembrando melhor, eu ouvia e ''dançava'' Xuxa e Eliana, fazia guerrinha de travesseiro com meus primos, assistia Perna Longa, pulava da escada pra brincar de Super-Homem, caia supertombos, fazia bolhas de sabão, brincava de indiozinho e me equilibrava desfilando em cima do muro, fazia comidinha com mato, comia a comidinha com o mato, e limpava toda a bagunça!Quase toda... Ah! Eu não posso esquecer da escola! É que eram mundos tão imensamente opostos a escola e o restante! Sendo assim, vou dedicar o próximo post só a ela.
Voltando à ordem, aos nove, dez, onze e doze eu andava de roller, jogava vôlei e futebol na rua, tomava banho de mangueira no verão, andava de bicicleta pelo bairro, mentia para os meninos que eu não era ''BV'', fazia catequeze, brincava de barbie todo santo dia com minhas vizinhas, ouvia Nirvana, Legião Urbana, Raimundos e Paralamas do Sucesso, amava passar as férias na praia, não saia do mar e fazia trilha numa cachoeira mais que perfeita com a família. Assistia The Lost World, jogava supermario e comia bastante macarrão. Treze, catorze anos e aí por diante é um pouco recente, lembro que por essa idade minhas vizinhas se mudaram e eu não tinha mais porque sair de casa. Elas eram como irmãs, a gente brigava, inclusive. Eu só ia à escola e na casa de uns parentes...Então comecei a fazer teatro pra perder a timidez e por curiosidade. Acabei me apaixonando e faço o curso até hoje. A escola fica pra outra postagem, mas abrindo só uma excessão, foi quando eu comecei a namorar. Foi difícil convencer a família, por isso eu devo ser tão moralista ainda! Não pretendo deixar de ser. Minhas lembranças interessam tanto e tão somente à mim que a postagem não tem porque ser lida, sim escrita. É bom ordenar a memória e desabafar no papel, ou no teclado, enfim! Retornando ao início, o tempo ''mudou'' rápido, hoje os bebês assistem DVD, brincam com joguinhos eletrônicos, assim como as crianças, que se cansam da escola facilmente e  não saem da internet, também como os pré-adolecentes que encontraram um jeito fácil e um tanto covarde de flertar e de fazer amizade. Aqui estou eu no computador às 23:40h , minha irmã nessa idade ouvia discman e sonhava acordada! Quem sou eu pra fazer críticas então?
Mudanças, bem como a tecnologia são positivas quando não nos escravizam nem nos roubam a leveza da vida e da calma. 

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Da Princesa à Rainha

Depois de me afastar um pouco do tema, uma vez que as Mulheres não tem tudo em comum uma com as outras e que certos sentimentos se aplicam à homens também, venho falar de algo presente na vida de muitas Mulheres, meninas e senhoras corrompidas até os ossos por estórias fictícias, tais como os famosos Contos de Fadas.
Corromper é uma expressão um pouco forte, serviria dizer que as ficções complementaram, complementam e complementarão ainda os sonhos, jamais a realidade, de grande parte do ser feminino.
Está em nossa essência a utopia, o encantamento, a imaginação viva e, por consequêcia, tantas frustrações! É quando vem invadir um mundo deliciosamente doloroso uma passagem de Amor! Ah o Amor! Tão falado, tão futilizado e representado que se torna clichê dele falar...
Representado tantas vezes! Nas mais emocionantes, envolventes e inesquecíveis histórias de autores que sonharam e dificilmente vivenciaram algo semelhante. Mas que mania incorrigível a nossa de achar que é fácil e até possível que o amor seja assim, à primeira vista, cheio de certezas e decisões, com forças de um destino que apronta mas que no fim torna tudo perfeito! Mania de achar que a conquista vem por si só, que o tão idealizado príncipe nos descobre, investiga, cerca, faz o possível pra descobrir o que esperamos, o que há de mais valioso em nós para com o mais nobre e Santo Amor se declarar com doces e sinceras palavras de arrancar suspiros... Suspiramos! Em cima de um livro, diante da novela, do teatro, enquanto o tempo nos é consumido por isso. Jamais trará total satisfação uma trama bem pensada, sim ilusões, ilusões plantadas na alma de meninas que mal perderam o gosto pela brincadeira para sonhar com o casamento, ou um romance de Contos de Fada. Ou que faz a cabeça de Mulheres que se tornam irremediávelmente insatisfeitas com o relacionamento vivido, quando a culpa não acode toda ao par, mas à tal ilusão plantada desde o início de suas vidas. Também demora a cair ao entendimento das pobres senhoras que viveram infelizes por ter custado enxergar o amor em sua totalidade, em sua realidade. Por terem calado para si próprias, por terem tentado encontrar amor em paixões passageiras, aventuras, sonhos impossíveis de realizar.
Por que não sonhar afastando idéias vindas de outras pessoas? Por que não enxergar a felicidade que está ao lado? Por que não se contentar em amar no lugar de esperar tanto, tanto ser amada, reconhecida, querida?
Não sou eu a Mulher adequada à responder, quando há tanto em mim a compreender, esclarecer, aceitar... Tão fácil apontar e compartilhar aflições. Tão difícil, na prática, remediar!

domingo, 4 de abril de 2010

Certo é Ser Errado

Volta agora o sentimento da manhã...Que importa o vento, o gelo do azuleijo do banheiro, que importa o pijama que deixa expostos os ombros? Importa o carinho da mãe apenas e seus cuidados comigo. Não é e nunca será pouco. Mas falta a metade, aquela metade que me machuca, essas palavras clichês e relevantes são as ùnicas que expressam o momento às vezes. Voltando ao vírus, a gripe é mansa e compassiva. Ela aviza, vem devagar. Não finje nem surpreende. Confia no hóspede e o deixa alegre ao partir. Nem em tudo há semelhança entre ela e a que eu me refiro. Há coisas que não partem, nem alegram. Que trazem melancolia, desespero e variações.
Eu acredito muito nas coisas, não que não o faça, mas é que à ele pertence o cálculo, a prudência. Em mim há a bobice de criança que se entrega a um sonho mais que perfeito. Que tenta pôr amor em todas os feitos, o amor que sempre é inadequado, exagerado ou invisível.
Criança que é simples de mais pra se dar importância, num mundo em que o belo é o status, a postura e os modos. Nos ensinam o respeito, o caráter, a justiça. Nos jogam nos braços de uma sociedade suja, criminosa e egocentrista.
Então resta esperar e tentar pôr amor aos nossos, mas o tal monstro da sociedade leva eles também. A gente perde o "crédito", palavra vulgar como aquele a que me refiro. Perdemos a transparência aos olhos deles que só enxergam o que é ruim, a distorção e a culpa que quer nos seguir até que nos convença de que somos os errados. Certo é ser insensível, ser frio, calculista e desconfiado. É trabalhoso mudar a essência. Eu não queria, e é por mim em relação á mim e à Deus que eu não mudo, não importa à quem corrompa, eu tenho meus princípios por mais que se fiem no que há de resistência em mim, pra confundir, pra me pesar, pra deixar que eu me console à sós. Eu tento, mas eu preciso das metades.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Calmaria Agitada

Tudo é tão calmo ultimamente, há alguns meses já, tenho morado na paz um tanto agitada, mas confortante da família. A vida é confortável, eu busquei sair do tédio apenas, pequenas diversões... Voltei a escrever, sonhei mais, tive tempo pra mim e para os outros. Aprecio o dia e o anoitecer sem pressa. Me preocupo menos, sinto mais. Será que já estou pronta pra ver tudo acabar? Ou depende de mim apenas, pra que continue? Queria saber controlar muitas coisas, pelo menos meus sentidos, escolher às vezes. É ruim a correria. Sou impaciente, eu sei. Por isso tenho medo. Medo do que dizer ou fazer. Medo de machucar, de não entender. Sou tão diferente a ponto de não me adaptar? Adaptar-se é fingir? O mundo é tão bom aqui. Do meu modo as coisas vão bem. Aceito mudanças, com medo apenas... Eu confio em mim. Devo confiar que os que amo também confiam a ponto de entender. Aceito tapas construtivos, empurrões... Que dependência a minha! Lamentável... Ou não. Construção de um caráter que eu admiro.
Ora, o sol é visto de tantas formas no decorrer do tempo! Hoje ele queima e aquece. Acalma e enjoa. Aparece e se ausenta. Ele me deixa aqui sozinha quando eu me preparei pra recebê-lo. Tem tanto em comum comigo. Personalidade fraca! Nem decidida nem calculista. Impulsiva e impaciente. Vaidosa para além do limite. Grosseira pra tanta sensibilidade e sentimentalismo. Perceptiva X confusa. Será eterna a construção?

Reflexão / Obrigação

Vejo que estou aprendendo a cortar os assuntos antes de me perder neles e deles. São tantas coisas para falar que eu resumo em frases curtas, a continuação fica reservada para a reflexão. Tenho usado tanto essa palavra, nunca antes usada mas tão viva e intensa no tempo presente. O tempo é visto de muito diferentes formas conforme o passar dele. Assim como os rumos...Tempo é cheiro, é som, todo mundo sabe... Mas é bom ou ruim lembrar? Será bom se foi ruim, e ruim se foi bom. Se a lembrança for boa me deixará triste e vice e versa, não preciso dizer o por que. Mas sonhar é bom enquanto eu sonho, como lembrar. Me faz sorrir sem querer. Se a lembraça é recente/boa, me faz feliz. Entra em contradição. Tudo entra. Texto=Confusão. É necessário publicar os rascunhos, tomou um rumo absurdamente diferente a reflexão mas não consigo ir à frente se não concluir totalmente o que comecei. Não é perfeccionismo, estou longe disso. É necessidade, mania talvez. Quem vê, se importa à mim, eu não tenho estórias inacabadas na vida! Se fosse, nada seria um constante aprendizado. O que acontece é necessário. O que se pensa não vem à mente igual ao que se escreve. O humor para essa postagem era diferente, sempre é. Concluo então que houveram dois humores nesta. Um de reflexão, outro de obrigatóriedade. O que está sob meu controle eu controlo. Eu acho.

segunda-feira, 8 de março de 2010

08 de Março - De Menina Pra Mulher

Difícil é falar do hoje. Há tantas pessoas envolvidas... Nem sempre é fácil descrever o que sentimos ou pelo que passamos de forma direta. Gosto de metáforas, ou melhor, necessito de metaforas. Tem me faltado a leitura, o que colabora com a má colocação das palavras. Há uma enorme continuação de tudo, por isso tantas reticencias.
Hoje o dia foi vazio. As vezes esperamos tanto dele que ele vêm autoritário e irônico nos dizer que é dele o poder. Talvez seja para o nosso bem. As coisas acontecem quando devem acontecer. Não que eu esteja certa para alguém além de mim e algo além do momento.
É bom se arrumar. [Foi no que gastei a tarde] Escolher a melhor roupa, se há. Querer estar mais bonita, usar um perfume diferente, o perfume comum se torna inodoro à nós com o tempo. É preciso estar bonita para si. Não que alguém vá notar que saimos de um banho relaxante no instante, mas nós saímos nos sentindo relaxados. É o importante. Talvez o suficiente para exalar a beleza através da auto-confiança (dizem os livros de auto-ajuda, imagino) para o espelho e sorrir. É como a lã por cima da pele crua ou uma roupa recem lavada com produto novo, trás bem estar, . Parece que todos sentem como nós. Pena que a calma e o bem estar não são transmitidos fácil assim. Há dias em que o cansaço nos faz passar por cima de convenções, sorrisos, elogios. Tudo passa desapercebido e mal ou não retribuído, com uma grosseria nesses casos. Nem sempre somos quem queriamos ser. Não acredito que a sinceridade, originalidade, ou chamem como quiser, sejam a essência do viver, a marca de uma personalidade forte. Seria egoísmo falar sem medir, pois ofende até mesmo os que parecem pedras. Não se pode agir pela vontade apenas, é confundir sinceridade ou exclusividade com egoísmo, repito. Não que seja correto, mas indispensável é servir, agradar, à quem amamos, consideramos e porque não, à quem desconhecemos também? Digo, suportar o dito insuportável, segurar um mal estar para servir, ajudar, respeitar. O dia foi de solidão. Mas foi bom. é bom reconhecer se e o que alguém não reconhece nem o pode. Foram horas tão vazias de espera, de incerteza, por coisas simples mas significantes, que ao fim, acrescetaram esse pequeno diálogo de mim para mim. De menina para Mulher.

sábado, 6 de março de 2010

Filha da Mãe

Continuando com o passado e suas contribuições no presente...
Havia frases bonitas, recados, expulsão! Havia violão e música. Acima de tudo, havia sonhos naquele quarto. O tempo se confunde, mas tudo se refere a ela.
Eu ouvia suas músicas tranquila e feliz com sua presença. Eu procurava até que pudesse gostar daquelas frases. Havia segredos em seu diário, rabiscos no criado mudo, um som, e reflexos de dança na vidraça da janela. Não havia espelho. Havia roupas largadas no armário cheio de tatuagens de chicletes. Havia All Star, Nirvana, Legião Urbana e Paralamas do Sucesso e outro mundo logo ao lado, com Barbie, futebol, piscina de plástico, piqueniques, briguinhas, baralho, anoitecer, banho de mangueira, sapos na areia e fofocas no muro, despreocupação (Há saudade, tive vizinhas quase irmãs).
Um bocado mais longe havia o mar, maquiagem, cantadas, compras, gargalhadas, hip hop, lanche, praia, churrasco, playground e a descoberta da amizade feminina. Das descobertas, preservei a da maquiagem.
Num lugar para aprender, ela volta forte, Drop Dead, Hard Rock, moletom. Mera influencia ou gosto.
Sinto falta é das noites com ela, macarrão com salsicha, macarrão com bacon, macarrão com calabresa, macarrão instantâneo, macarrão com frango, macarrão com carne moída, macarrão com queijo, Super Mário, The Loste World, programa de fofoca, chantagens pra lavar a louça. Não há razão de acontecer mais, não volta.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Noite sensitiva...

Há dias em que me sinto bem à noite, apesar de amante do sol. A luz do luar é boa companheira, estimula a reflexão... Esta noite, em especial, lembra o passado, não tão distante, sou ainda jovem.Lembra-me os sonhos, que nunca cederam lugar à completa realidade (não que ceda à alguém, é que os sinto vivos). Nesta mesma janela eles vem e vão, realizar-se?  Raramente... Evaporam, viajam apenas, enfraquecem, encantam ou desiludem-me. Eu lembro de sonhos despreocupados, de sonhos impossíveis, sonhos simples, de criança. Não quero voltar, não devo querer. Havia coisas ruins demais naquele tempo, pesadelos, noites sem dormir, choro gritado, brincos de guizo à assustar-me ainda mais, a pregar-me ainda mais medo com suspense que largavam pela casa... Havia muito medo. Curei-me, não só, mas... Sempre suportamos o que julgava-mos não suportar, nos obrigamos. As cobertas eram como o escudo, queria minha mãe dos dois lados da cama. Talvez faltasse o pai. Queria que os vidros tão fortes da janela também barrassem os fantasmas das histórias da escola. Queria dormir e não acordar durante a noite, sonhar com supermercados e brinquedos, com o mar que não dava medo, com as férias de verão. Queria que o tal escudo não aquecesse tanto, nem sufocasse, queria importância, eu as tive com o tempo. Substitui os problemas, hoje aqueles são simples, ridículos... Ainda olho os desenhos que se formam no bolor das paredes e nos nós da madeira do forro sem coragem ou disposição de reproduzí-los. Hoje são anjos, borboletas, figuras comicas, corações, antes eram monstros, minhocas, comida e corações.